Murilo Oliveira
Brasil, 10 de abril de 2023.
Eu vou tentar operar alguns reducionismos que talvez expliquem a mentalidade colonizada no Brasil, que não é infrequente, mas nos ajuda em um país talvez o mais importante do mundo como é hoje o Brasil, a entender como somos vistos e não exatamente como nos vemos. E como nos vemos se reduz a um dado que insisto aqui todo o tempo: uma “nacionalidade abrangente”.
Primeiro eu queria dizer que um brasileiro é visto como um brasileiro em qualquer parte do mundo, seja lá o que determinada parte do mundo pensa sobre ser brasileiro. E dizer isso é especialmente importante porque classes abastadas brasileiras, sempre se consideram alguém de algum outro lugar do mundo. Eu certo dia na vida já me declarei italiano, seja lá o que isso queira dizer para mim, ou um ítalo-americano. Uma idiotice frequente entre brasileiros, eles se julgam mais importante quando assim se veem.
Depois é de suma importância dizer que o Ocidente nem sempre foi a OTAN, muito pelo contrário, sabemos nós que em dado momento franceses foram muito acostumados a combater norte-americanos, bem como muito embora um norte-americano médio queira ser como um alemão médio, nem a França, nem a Alemanha, nunca se confundiram com os Estados Unidos da América. Não existe essa confusão muito precisa nem mesmo no período de Ditadura Militar recente no Brasil.
Com nuances entre tudo, norte-americanos em sua aparentemente costumeira zona de influência, sempre digo que temos um estado do país que chama “Ama Zonas”, que tem sua Capital nas “Mana US”, onde se você “Ama Zoni-a”, onde dizem que isso tinha relação com índias que tinham que fazer mastectomia para usar um arco e flecha, e os franceses chegaram a essas conclusões salutares em nosso próprio idioma, existe outra região alagadiça chamada “Pant Anal”, mais ao sul.
Mas no que chamo costumeira zona de influência dos Estados Unidos da América, tivemos certamente nesse período de Ditadura Militar recente algo que podemos chamar de fratricídio, que é o de mais comum ocorrer quando não temos uma auto-estima bem centrada. E como ela se mostra não tão bem centrada para nós? Quando por exemplo nos dividimos segundo os olhos do colonizador, por exemplo entre filhos do Mickey Mouse, e filhos da Ditadura. É um modo de ver do colonizador não infrequente, que nos assola e nos divide entre nós mesmos. Um francês por exemplo já tem dificuldades em ver um brasileiro como algo de valor inestimável, mas daí a acreditar que ele é um norte-americano de quinta categoria, é uma realidade até certo ponto da história. Repito, um brasileiro é um brasileiro em qualquer circunstância ou lugar do mundo, independente de como essa circunstância ou lugar do mundo o veja, ou como ele próprio se ache um estrangeiro de primeira categoria em relação aos demais brasileiros.
Mas o que quero dizer é que eu por exemplo, nesse afã de me achar um estrangeiro de primeira categoria em relação aos meus compatriotas brasileiros, já disse que em algum momento já me achei italiano, em algum outro irlandês, em alguns outros momentos um ítalo-americano, de modo geral eu tenho a visão da Nouvelle Vague, qual seja, um olhar francês dos Estados Unidos. Talvez apenas e tão somente por não corresponder a média do que brasileiros dispuseram de oportunidades em relação a educação. Eu diria que eu sou “avant garde” em relação a realidade dos dias atuais, crendo existir uma grande corrente de pensamento francesa que é admiradora dos Estados Unidos. O que isso quer dizer em termos práticos? Eu não consigo todo o tempo em meu próprio país Brasil, decidir entre duas correntes políticas hegemônicas ao meu tempo de liderança estudantil destacada. Decantadas que eram as hipóteses quando a isso, e completamente “non-sense” que me pareciam, até que eu me percebesse também “non-sense” como todo brasileiro. Absolutamente “non-sense” como todo brasileiro ou brasileira, que prefere um chaveco em inglês.
@CoexistenceLaw
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