Murilo Oliveira
Brasil, 15 de fevereiro de 2023.
Talvez uma das mais belas tradições carnavalescas remonte a Festa das Marias, ainda hoje celebrada na Praça San Marco. O evento remonta o período medieval quando 12 garotas ganhavam vestidos, joias, e um grande dote para se casar. Tendo seu ponto alto no “Voo do Anjo”.
O tempo passa, e as tradições carnavalescas são muitas ao redor do mundo, eu por exemplo chamado a falar da minha sempre me lembro dos carnavais dos anos 90 da Mocidade Independente de Padre Miguel. Já não morava no Rio de Janeiro mas foram certamente alguns dos mais belos carnavais que vi, voltando no tempo.
Ainda que avante esteja Nice, que esse ano atrai 200 mil pessoas, e mostra como a França, talvez mais que a Itália para onde gostaria de agora retroceder o suficiente, sempre foi afeita a brasilidade.
E isso me parece um dado substancialmente curioso, porque desde a missão francesa que fundou a USP e de que tudo que fui afeito, de freiras francesas ao cinema francês ao fim e ao cabo da juventude, sempre vi intelectuais franceses como Claude Levi-Strauss profundamente desencantados em alguma medida dos Tristes Trópicos, e isso as vezes me parece muito mais uma obrigação moral para o francês, ser pessimista quanto o Brasil, ou desobrigação moral, do que uma realidade do quanto seja crente na força do povo brasileiro.
Em algum momento se trata de apostar no “Voo do Anjo” como obrigação moral até para um francês, ou nunca terá se tratado de acreditar ou não no Brasil, mas precisamente de se desobrigar de algo pelo máximo tempo possível. Algo que talvez seja a alegria maior para alguns.
@CoexistenceLaw
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