São Benedito, O Guaratinguetaense

São Benedito, O Guaratinguetaense

Murilo Oliveira

Brasil, 1º de abril de 2024.

A história desse Santo Católico é tão ligada a própria história de Guaratinguetá, interior do estado de São Paulo, no Brasil, como da própria Itália, ou da Sicília, ou Palermo, onde se comemora na noite do meu aniversário Santa Rosalia, que eu considero uma das mais belas festas do mundo. Consultando a Wikipedia podemos ter a dimensão, daquela que foi conhecida como a maior Cavalaria do Brasil:

“São Benedito, o Negro (ordem OFM Cap), conhecido também como São Benedito, o Mouro (cor escura da pele); Benedito, o Africano; Benedito de Palermo (Sicília, 31 de março de 1524 – Palermo, 4 de abril de 1589), é um santo católico, que possui duas versões históricas: na primeira delas, teria sido um italiano descendente de africanos escravizados na Etiópia;[1] em outra, teria sido um mouro islâmico escravizado ao norte da África, acontecimento comum no sul da Itália na época.

No Brasil, o santo é tradicionalmente venerado pelos negros, que relacionam o período de escravidão e a origem africana do santo com o seu próprio passado de escravidão e suas raízes africanas.[4] Em Guaratinguetá, desde 1726, há cavalaria em louvor a São Benedito, tradicionalmente no domingo de Páscoa.”

Não ao acaso, Franciscanos brasileiros, como Dom Aloísio Lorscheider, sempre foram muito comentados entre Vaticanólogos como Papáveis. A questão nos dias de hoje talvez nos seja mais profunda, em mais uma noite que ainda que não haja a Pasqüeta como em Roma, onde a Segunda-Feira seguinte ao Domingo de Páscoa é a Segunda-Feira do Anjo, aqui após a Cavalaria de hoje, amanhã é feriado, eu sempre como vizinho do funk, sou lembrado ano após ano pelos irlandeses dos conflitos naquele país ocorridos entre Cristãos durante certa Páscoa.

Qual seja a questão? Aqui no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, pude presenciar durante pelo menos dez anos antes da pandemia, um fenômeno que me impressionou muito pela sua força e seu carisma, o chamado “Terço dos Homens”. Eu tive a oportunidade de ir em um dos seus primeiros anos, no Ginásio Padre Vitor Coelho de Almeida, cerca de 5 mil homens, que ali rezavam o terço juntos. E o que me impressionou e me despertou uma profunda reflexão? O fato de em menos de dez anos eles terem se tornado 120 mil homens rezando o terço juntos com uma força e devoção realmente vibrante e impressionante para todos que vivem essa experiência no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Por trás desse fenômeno está uma grande questão sociológica. O modelo de família Cristão Católico do macho provedor, onde esposa e filhos dependem exclusivamente do pai, sofre uma grande angústia. Isso que fez o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida na última década um Santuário onde a força da oração dos homens, ou de seus Cavaleiros, se mostra novamente revigorada e vibrante, digna de ser vivida conjuntamente. Mas por trás ela movida por essa grande angústia de todos. Claramente, o modelo neopentecostal importado dos Estados Unidos, chamado por alguns ditos especialista de culto da prosperidade, teve que trazer outra proposta para essa angústia, que é a proposta de famílias Norte Americanas onde homens e mulheres dividem as despesas do lar.

Mais que isso, a grande angústia que acomete todos os nossos Cavaleiros consiste no fato que: não existem mulheres dispostas simplesmente a sustentar um homem em casa, como os homens foram dispostos e ainda são em relação as mulheres, sem entrar no mérito do que no passado isso pode ter significado sofrimentos para mulheres e hoje signifique frustrações. Todas as mulheres exigem ao menos que ambos trabalhem. Mais que isso novamente, toda mulher quer um homem pelo menos tão bem sucedido profissionalmente como ela, ou mais. E isso, ainda, seja para Cristãos Católicos que ainda representam 50% da população do Brasil, seja para Cristãos Neopentecostais que já significam 30% da população do Brasil, ainda é, e será durante algum tempo motivo de grande angústia. Talvez fato que justifique, que em nossos Santuários hoje, se veja mais a fé de seus homens. Dignos Cavaleiros perdidos em pensamentos sobre seus cavalos.

@CoexistenceLaw

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Murilo

Murilo Oliveira is a Brazilian lawyer, the themes proposed here are of variety, without political or religious purposes, as for all those who hold the angelic culture in great esteem. Visit: https://www.flickr.com/photos/198793615@N08

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