Escrever ou Re-escrever para Iluminar

Escrever ou Re-escrever para Iluminar

Murilo Jambeiro de Oliveira

Brasil, 13 de maio de 2025.

Escrever de forma geral me faz muito bem. E durante o período que a morte do Papa Francisco foi confirmada e escolha de Leão XIV aconteceu, que dominou parte do noticiário que só na sua mais recente entrevista ele pode agradecer pedindo pela liberdade de imprensa no mundo, eu lembrei de diversos artigos acadêmicos, e conversas minhas com religiosos. A princípio de todas as considerações minhas, uma do novo Papa Leão XIV deve ser lembrada, o lema escolhido por ele: “No único Cristo, somos um”. Que é parte da pregação que eu propus, encerrava-se um período curioso entre a renuncia de Bento XVI e Francisco, onde muito se falou em dois papas, e mais que isso, a pregação mais central que fiz aqui, de união entre Católicos Romanos e Católicos Ortodoxos do Oriente, bem como Cristãos Protestantes e Evangélicos no Brasil. É bastante importante para todos.

Indo um pouco além, a escolha do nome Leão XIV me surpreende um pouco, em um sentido até bastante interessante, é talvez de Leão XIII seu antecessor muito do que deve ser atualizado na Igreja Católica Apostólica Romana, como sua Doutrina Social. Isso é um ponto central, e muito se fala por exemplo de seu antecessor ter durante seu Papado em um período de grande mudança nas formas de trabalho em todo mundo, notadamente a Revolução Industrial. Eu já havia me perguntado sobre uma outra encíclica para um religioso próximo da Igreja Católica, de grande erudição, encíclica essa chamada “HUMANUM GENUS” que eu destaco abaixo, talvez seu único trecho que é humanamente compreensível até os dias de hoje, qual seja:

“4. Os Pontífices Romanos nossos predecessores, em sua incessante vigilância pela segurança do povo Cristão, foram rápidos em detectar a presença e o propósito desse inimigo capital tão logo ele saltou para a luz ao invés de esconder-se como uma tenebrosa conspiração; e, além disso, eles aproveitaram e tomaram providências, pois a eles isso competia, e não permitiram a si mesmos serem tomados pelos estratagemas e armadilhas armadas para enganá-los.”

Qual é a questão me dizia esse Padre que consultei? Existe para todos, inclusive para a Igreja Católica, a questão da confissão e do segredo. Ocorre que tal encíclica foi escrita em um período de grande conflito territorial da Igreja Católica com o mundo secular, por isso extensamente virulenta em alguns trechos. E só aproveitável talvez no que é humano, qual seja, quando algo vem a luz, talvez o fato em si não nos incomode tanto, quando os estratagemas usados. É algo que já tentei explicar de Maquiavel, quando esse escreve para O Príncipe da Itália, para aconselha-lo quanto a reunificação da Itália. Diferente do conhecimento popular dessa obra, apropriado por muitos de forma errada, Maquiavel diz que só determinados meios, levarão a um determinado fim, que no caso dele era reunificação da Itália. É a questão bastante humana de qual estratagema foi adotado e não do fato omitido em si, causar o desconforto que quase todo ser humano até os dias de hoje, e no meu modo de ver só isso aproveita até os dias de hoje.

Adiante, para reunir todas as minhas reflexões, lembro sempre Uriel Arcanjo, Chama de Deus, ou aquele que detém o fogo, bem como o chamado de Leão XIV para ser “uma lanterna para as noites escuras”. Como disse acima, é pacífico que talvez não seja tão incomodo iluminar alguns fatos, como na realidade são alguns estratagemas utilizados para oculta-los. As duas coisas divergem, e como diz o filosofo italiano Maquiavel, o meio precisa condizer com o fim. Só determinado meio te levará a determinado fim. É humano que uma mentira ou uma omissão não no chateie tanto quando o modo utilizado para fazer isso. E aqui, para falar sobre iluminação, me lembro daquele que foi professor na fundação da Universidade de São Paulo, em sua missão francesa, e desse Anjo chamado Uriel Arcanjo, ou Chama de Deus, ou Aquele que Detém o Fogo, que é essencialmente alguém que ilumina o conhecimento, como de fato é cultuado pela Universidade de Oxford no Reino Unido. Claude Levi-Strauss, esse primeiro professor da missão francesa da Universidade de São Paulo, tem um trabalho muito interessante chamado “O Cru e o Cozido”, que consiste no seguinte: durante muitos séculos o ancestral do ser humano como conhecemos hoje, corria pelas florestas do fogo de um lado para o outro em desespero, a cada raio que caia na mata. Então em determinado momento esse ancestral do ser humano como conhecemos hoje, conseguiu cativar o fogo, fazer uma pequena fogueira para iluminar suas cavernas. Em princípio isso iluminava as noites escuras, espantava outros animais, mas logo o valor maior de cativar o fogo foi descoberto: cozinhar carnes que ele caçava. A antropologia com o estudo do período vai dar conta que ao comer carne cozida, o ser humano, teve com a ingestão de proteína quebrada, um ganho enorme no tamanho do seu cérebro. Algo como dizer, as coisas bem explicadas a miúde, fazem o outro ser humano mais inteligente.

@CoexistenceLaw

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Murilo

Murilo Oliveira is a Brazilian lawyer, the themes proposed here are of variety, without political or religious purposes, as for all those who hold the angelic culture in great esteem. Visit: https://www.flickr.com/photos/198793615@N08

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